Ao Ex.^mo Jerri Moraes

Presidente da Câmara Municipal de Campo Bom/RS

A vereadora que subscreve, requer QUE O CENTRO VIDA TENHA, NO SEU ROL DE ATENDIMENTO, TRATAMENTO MULTIFOCAL PARA OBESIDADE.

Justificativa

A obesidade é considerada pela Organização Mundial da Saúde não só uma doença crônica e progressiva, mas, também, uma epidemia global, visto que mais de 500 milhões de pessoas – de diferentes faixas etárias - são obesas no mundo.

As causas da doença são multifatoriais, envolvendo fatores genéticos, comportamentais (alimentação inadequada, sedentarismo etc), psicológicos, sociais e ambientais - que extrapolam o nível individual -. Como consequência, o paciente obeso torna-se mais apto a desenvolver outras patologias sérias, como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, problemas articulares, câncer, apneia do sono, esteatose hepática (“gordura” no fígado), pedra na vesícula, refluxo gastroesofágico, tumores no intestino e vesícula, entre outros.

No Brasil, a obesidade vem ganhando cada vez mais atenção, visto que dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 apontaram que a proporção de pessoas obesas na população brasileira com 20 anos ou mais de idade mais que dobrou entre 2003 e 2019, passando de 12% para 26% (ou seja, 1 em cada 4 adultos – o que equivale a 41 milhões de pessoas – está com algum grau de obesidade). Ainda, também em 2019, mais de 400 mil pessoas foram diagnosticadas com obesidade grau III, o mais grave nível de obesidade, o que representava 3,14% das pessoas monitoradas. Já em 2020, esse número subiu para mais de 860 mil.

Já na nossa cidade, Campo Bom, gráficos e análises feitas no ano de 2022 (que foram retirados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN –, que compilada dados do Programa Saúde na Escola – PSE -, do Programa Bolsa Família e do E-sus), felizmente mostraram um controle de casos de obesidade nas faixas etárias de crianças em idade escolar, muito disso resultado da adesão de todas as escolas ao PSE, que foi desenvolvido pelo Ministério da Saúde, e tem como objetivo trabalhar bons hábitos alimentares e realizar educação nutricional de forma transversal em conjunto com as equipes de saúde estaduais e municipais.

Por outro lado, e isso é preocupante, observou-se uma maior incidência e constância em relação aos índices de obesidade em adultos, idosos e gestantes.  O que traz um alerta, pois, com a obesidade, elevam-se inúmeros agravos à saúde da população, resultando em aumento dos gastos públicos com internações, exames, consultas e especialistas (Vascular, Cardiologista, Endocrinologista etc). Não menos importante, relevante citar o aumento da necessidade de cirurgias bariátricas que, no nosso país, de forma geral, quase dobrou de 2011 a 2018; ademais,  a Federação Internacional de Obesidade revelou que a patologia, na próxima década, deverá gerar ao Brasil um impacto econômico de mais de U$75 milhões até o ano de 2035, sendo U$19 milhões apenas com assistência médica em saúde.

Dito isso, torna-se de suma importância ter um olhar mais direcionado à prevenção e tratamento, e políticas públicas tornam-se de grande valia nesse sentido. Por isso, e considerando tudo que foi exposto até aqui, que esse requerimento traz, em seu fundamento, a intenção de que se tenha, no Centro Vida de Especialidades Médicas, tratamento multifocal para obesidade, envolvendo terapia com Endocrinologista, Nutricionista, Psicólogo, Pilates e outras práticas integrativas, de tal forma que esse paciente, com atendimento multiprofissional e multisetorial, trate não apenas a doença em si, mas a causa da mesma.

Com votos de estima e consideração,

Michele Closs (Vereadora/PDT)