PROJETO DE LEI Nº 022/2025, DE 09 de Outubro de 2025
 

"CONCEDE TÍTULO DE CIDADÃO CAMPO-BONENSE AO SENHOR FRANCISCO DIAS LOPES, O DR. CHICÃO, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS"

Proponente: Ver. João Paulo (MDB), Ver. Paulo Santos Silveira (MDB) e Ver. Cleber Nunes da Silva (MDB)

"CONCEDE TÍTULO DE CIDADÃO

CAMPO-BONENSE AO SENHOR

FRANCISCO DIAS LOPES, O DR. CHICÃO,

E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS"

 

Campo Bom, 8 de outubro de 2025.

                                                                                          

PROJETO DE LEI

 

Excelentíssima Kayanne Braga

Presidente da Câmara Municipal de Campo Bom/RS

 

 

O propósito ao apresentar este Projeto de Lei é prestar uma justa homenagem, valorizando aqueles que contribuíram para que o município de Campo Bom seja o que é na atualidade. Ressalto, em especial, que o homenageado é um dos médicos mais antigos de nossa cidade, profissional que fez parte da vida de milhares de campo-bonenses ao longo de sua trajetória, prestando relevantes serviços à comunidade com dedicação e compromisso.

 

Contando com o apoio dos nobres pares, encaminhamos este Projeto de Lei rogando pela aprovação do mesmo.

 

A Câmara Municipal de Campo Bom decreta:

Art. 1 Fica o poder Legislativo de Campo Bom autorizado a conceder o Título de Cidadão Campo-Bonense, previsto no Art. 33, inciso X, da Lei Orgânica Municipal, ao senhor Francisco Dias Lopes.

Art.2⁰ A homenagem de que trata o artigo anterior será concedida na sede da Câmara Municipal de Vereadores de Campo Bom, em sessão solene, no dia 02 de  dezembro de 2025, as 19:30, entregando a placa comemorativa, oferecida pela Câmara Municipal De Vereadores de Campo Bom.

Art. 3º A Câmara fica responsável também, pela produção do conteúdo áudio visual, que corresponderá com depoimentos e relatos feitos por amigos e familiares, na qual serão apresentados no dia da homenagem.

Art. 4º As despesas decorrentes desta Lei correrão por conta de Dotação Orçamentária:

Art. 5º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

 

 

 

João Paulo Berkembrock

Vereador – MDB

 

 

Paulo Silveira

Vereador – MDB

 

 

Cleber Nunes

Vereador – MDB

 

O HOMENAGEADO

Campo Bom encontra sua identidade entrelaçada com a figura do Dr. Francisco Dias Lopes, carinhosamente conhecido como Chicão. Nascido em Porto Alegre, filho de Inacio da Costa Lopes e Sara Dias Lopes, casado com Marlene Arais e pai de Leticia e Inacio, Chicão tem 79 anos, é um dos primeiros médicos da cidade e trabalhou com o Dr. Lauro Reus. Ele já foi agraciado com o troféu mérito gigante e emprestou seu nome para o ginásio da Emef Octacílio Fauth.

Como um dos primeiros médicos a desbravar os caminhos de Campo Bom, Chicão iniciou uma jornada que transcenderia a medicina. Em tempos em que a cidade ainda não havia atingido o ápice de sua movimentação, ele desempenhou um papel vital na Policlínica, que, com o tempo, se transformou na Multiclínica. Na época, era comum os estudantes de medicina em final de curso fazerem plantões em diversas cidades diferentes. No entanto, poucos queriam vir para Campo Bom, pela escassez de movimento e a recompensa financeira baixa. Mas com Chicão, era diferente, ele escolhia a cidade justamente porque gostava do silêncio e do ambiente. Veio e, aos poucos, foi ficando.

Em meio a um cenário onde o lucro não era o principal objetivo, Chicão aceitou o desafio de cuidar da saúde dos campo-bonenses. Seu compromisso e amor pela cidade cresceram a ponto de abrir seu primeiro consultório aqui, mesmo sendo natural de Porto Alegre. Com o passar dos anos, a clientela floresceu, e sua relação com o hospital e as fábricas locais se fortaleceu. Foi médico do Reichert e, depois, começou a fazer cirurgia-geral com o Dr. Juarez e partos com o Dr. Lauro Reus, no hospital.

Mas engana-se quem pensa que Chicão se destacou apenas cuidando das pessoas. Além de seu compromisso com a medicina, viveu uma trajetória excepcional como arqueiro. Com títulos de campeão pan-americano, brasileiro e gaúcho de arquearia, ele não apenas fez parte da equipe olímpica brasileira, mas também treinou as futuras gerações de arqueiros, deixando uma marca inegável no esporte.

No mundo da mídia, Chicão desempenhou um papel fundamental como fundador do Coojornal, um veículo de orientação não comunista, mas claramente antigoverno, no período da ditadura. Ele entrou no projeto com um simples ato: a compra de uma máquina de escrever. No entanto, seu destino o levou a um encontro com A Gazeta, que teve uma coluna de Chicão na primeira edição.

Semanalmente, o médico deixava sua marca no Jornal A Gazeta com sua coluna, revelando uma perspectiva única sobre o registro de memórias, enquanto saboreava pão com linguiça.

O médico também se aventurou na política, abraçando a candidatura a vice-prefeito, ao lado de Jair Reinheimer, e servindo como pedra de alicerce em uma campanha que pretendia revolucionar a saúde em Campo Bom. Embora tenha perdido a eleição, sua visão de uma medicina centralizada permaneceu inabalada. No entanto, ele optou por não se envolver mais em questões partidárias após sua breve incursão na política.

Aos 79 anos, Chicão continua seu trabalho incansável na clínica. Sua história é um testemunho de compromisso, paixão e versatilidade. Campo Bom pode se orgulhar de ter Chicão, que foi diversas pessoas em uma só: médico, arqueiro, colunista e fundador de jornal e é mais do que uma lembrança; é um legado vivo que continua a inspirar gerações futuras.

 

 

Documento publicado digitalmente por MAIRAN DAIANA PACHECO em 09/10/2025 às 13:51:18.
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